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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

FILHOS

Por vocês, me fiz
Rochedo
Cravado no chão.
Sentinela intrometida
No caminho dos seus destinos.
Meninos,
Fui cúmplice das estações do ano
Para vocês crescerem mais ligeiro.
Alerta estive sempre
Segurando mãos pequeninas
Nos dias e nas noites de trovão.
Presença certa, também
No amanhã e no ontem, no hoje.
Até fiz sombra com as mãos, no clarão
Do sol ardendo. Lembram?
Eu protegia, guardava.
E, no escuro do quarto de vocês,
Tentava ser uma luz de farol.
Filhos,
Por vocês, me fiz
Uma fresca
E larga sombra
De descanso e proteção.
Fui ancoradouro
Vertente
Aguada e cacimba
Ramada verde
Florida de néctar
E mel,
Porque vocês
Eram tão pequeninos
Que cabiam, juntos, todos,
No mesmo abraço.
Também, naquele tempo,
Eu parecia um cais imenso
Em um porto seguro,
Mas, eu era tão somente
Um pai...
Como tantos, meus meninos...
Só coração.

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